Ciúmes: o que é e como tratar

O ciúmes é uma emoção tão natural quanto o medo, a raiva e a alegria, por exemplo. Na evolução da espécie humana o ciúmes foi selecionado como ferramenta de detecção de ameaças que levam ao sofrimento. Assim como a dor física evita que as pessoas tenham danos físicos, o ciúme protege as pessoas de danos emocionais.

Se trata de um sentimento tão natural que também é observado em várias espécies de animais. Pesquisas científicas já identificaram as estruturas do cérebro que estão relacionadas aos sentimentos de ciúmes, e também, já mostraram que até mesmo bebês sentem ciúmes.

O que não é natural e tem efeito devastador é o ciúmes excessivo, que se torna patológico. Ciúmes patológico é aquele que traz sofrimentos ao invés de proteger contra danos emocionais.

A origem do ciúmes patológico está na insegurança, na autoestima baixa, na supervalorização do parceiro ou na crença de falta de lealdade nas relações amorosas.

O ciúmes patológico surge do medo de perder a pessoa amada e, muitas vezes, se torna a própria causa do fim do relacionamento. Quando o relacionamento chega ao fim por causa do ciúmes o ciumento fica com sua autoestima ainda mais prejudicada, e isso faz com ele se torne mais ciumento ainda.

O parceiro do ciumento tende a generalizar o fato, passando a ter medo de se relacionar novamente. O relacionamento acaba e todo mundo sai prejudicado.

É importante diferenciar ciúmes da falta de confiança baseada em fatos reais. Uma pessoa ciumenta não precisa de nenhuma comprovação de infidelidade para ter ciúme. Por mais que as evidências provem o contrário, ela sempre terá a fantasia que o outro irá traí-la a qualquer momento.

O ciumento patológico tem necessidade de ser o centro da afetividade do parceiro, ou seja, não suporta dividir o amor e nem a atenção dele com ninguém, então, sente ciúme da família, dos amigos e até mesmo dos filhos do casal.

A falta de confiança causada por traições ou mentiras é diferente do ciúmes patológico, mas traz sofrimento muito parecido. Alguns casais decidem continuar juntos após um episódio de traição, mas a parte traída não consegue perdoar e/ou superar a traição, então passa a conviver com a sensação de que o parceiro não é confiável e tenta controlá-lo para evitar uma nova traição.

Para os dois casos há tratamento.

Questões como a imagem que a pessoa tem de si e do parceiro precisam ser analisadas, e muitas vezes, revistas. Assim como as expectativas e os modelos de relacionamentos que essa pessoa tem (relacionamento dos pais, por exemplo).

Também é muito importante desenvolver a capacidade de empatia, de se colocar no lugar do outro. Pense se você gostaria de ser controlado e vigiado o tempo todo. Imagine como você se sentiria se fosse tratado com tanta desconfiança.

Ciumentos têm a fantasia de que controlando o parceiro impedirá que ele se envolva com outras pessoas. Além de ninguém gostar de ser controlado, não é possível ter controle absoluto sobre alguém. O que é possível é aumentar o controle sobre nós mesmo, e esse é um dos principais objetivos do tratamento.

O tratamento para ciúmes é muito individual, pois cada pessoa sente o ciúmes de uma forma diferente. Nenhum relacionamento é igual a outro.

É importante que o ciumento compreenda que não adianta buscar evidências de traição incansavelmente, pois nenhuma evidência irá lhe trazer a segurança que ele precisa, afinal essa segurança só pode ser encontrada nele, não no outro.

Ciumentos têm a fantasia de que controlando o parceiro impedirá que ele se envolva com outras pessoas. Além de ninguém gostar de ser controlado, não é possível ter controle absoluto sobre alguém. O que é possível é aumentar o controle sobre nós mesmo, e esse é um dos principais objetivos do tratamento.

A psicoterapia tem mostrado bons resultados no tratamento do ciúmes patológico. Depois do tratamento é possível se livrar do excesso de ciúmes e ter mais qualidade na vida como um todo, mas principalmente mais qualidade na vida amorosa.